Corria sem ter onde chegar. Sem ter um foco no olhar. Só corria, e corria, e corria. Seus joelhos fraquejavam e, ainda assim, corria. Corria como se fugisse de alguém, e fugia. Fugia de algo, fugia do mundo, fugia de todos. Fugia mesmo era de si.
Mas de si não se foge, mesmo se quiser. E gritava, sem emitir nenhum som. Gritava tão alto e nada se ouvia, ninguém ouvia, ninguém queria ouvir.
O vento batia contra o seu rosto, o suor escorria por suas têmporas, o batimento cardíaco rápido e a respiração ofegante. Seus frágeis joelhos já não aguentavam. E corria, corria, corria cada vez mais rápido, e jamais chegava onde queria. Onde queria?
Seu rosto já se avermelhava como o sol de fim de tarde. Sua boca já não se umedecia por nada no mundo e suas bochechas queimavam de tão quentes. Suas pernas formigavam.
Seu ritmo ralentava aos poucos, como que cedendo ao que o corpo pedia. Suas pernas começavam a bambear, cessando o movimento. Seus braços iam cedendo. O peso. Para baixo. Seus ombros relaxavam-se, gradualmente. Logo, parou. Respirou. Recuperou. O. Fôlego. Apoiou. As mãos. No joelho. E então. Colocou-as. Na face. E chorou.
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