quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

1, 2 e fim

E de repente, o tempo para.
Sem anunciar, sem analisar.
Que no nosso tempo, o fim não existia.
E nesse novo tempo, quem não existe somos nós.
Maldito seja o tempo!
Que segue e une e afina e desconstrói.
E essa corda que não para e no fim a dor me rói.
Une e afina, pra depois desafinar.
O que o tempo não me conta
É que me dá pra então tirar.
Tirar o tempo bom de minha lembrança
E me fazer chorar feito criança.
No tempo de criança, tudo era bem mais simples.
O tempo passava e nem se percebia.
Agora o velho tempo é um tanto traiçoeiro
E hoje, neste instante, tira então minha alegria.
Oh, tempo maldoso, fonte de agonia,
Desata os nós d’alma, onde então nada se via.
Para a dor, para o choro, para até meu sofrimento.
Só não para, por favor, a beleza de um momento.
Um momento doce e belo que durou mais que momento.
Não transforma, por favor,
Tal beleza em sofrimento.
Para o doce, para o belo.

De repente, o tempo para.

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