sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Estado terminal

Esperam impacientes e certamente cansadas, enfileiradas e indiferentes.
Murmúrios fazem a trilha e a tralha inconvém.
Não se tocam, não se falam. Esperam.
A diversidade surpreende e a correria ocupa.
Horários estipulados e vários rostos ao acaso.
Chega então, a tão esperada minhoca de metal.
A insensibilidade prevalece e a procura por espaço inicia.
O toque é inevitável e a estranheza é falta de opção.
É fria a situação e quente o calor corporal.
Ouve-se a conversa alheia e conversa-se assuntos casuais.
O falado é banal e o papo é clichê.
"Faz frio hoje, parece que vai chover."
O balanço nina, o clima está no ponto e o ponto ainda está longe.
Repouso os olhos por um instante e no outro, a inércia me desperta. Ao menos ainda a tempo. O ponto é o próximo.
Na ponta dos pés, num segundo, solicito a minha parada.
Pronto. Estou no ponto.
Termina assim mais um dia.
Descrevo assim a rotina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário