E ela enfim, retornava de onde certamente não se volta.
Acordou após um sono profundo, diário, eterno e então, voltou a de fato, viver.
Vivia aos poucos, até onde era capaz de aguentar. Vivia.
Voltou a respirar, aspirar e se inspirar. Voltou a crer, querer e se ver. Viu alguém que não valia a visão e valeu para visar a um pouco mais.
Avistou alguém que comia copos e não bebia leite.
Nadou para sair do naufrágio e para, enfim, voltar a navegar. Acendeu a luz e não aprovou o que habitava o escuro. Nem no claro era mais clara.
Arrumou a cama para esperar alguém que não queria esperar e no não anseio, ansiava, não ao começo, nem ao meio. Em meio ao seu sono, cansava-se de fugir.
Uma melodia apenas, para entrar num melodrama e um drama para melar a vida de quem ela diz amar.
Procurava cura e encontrava crua a verdade da cruel solução. Solucionava entre soluços, o mistério de seu sorriso extinto, enquanto uma solução aquosa caía de seus olhos e marejava sua folha de papel.
Sentia falta, de fato, de quem fazia caricaturas e desenhava retratos. De quem preenchia folhas e dias com suas palavras e fazia sua presença preencher.
Tinha saudade da pessoa que via a magia onde não havia nada de mágico e que para tal, mágico era o teatro que ouvia em silêncio.
Tinha falta então, de quem sonhava.
Sonhava então, em voltar a ser.
simplesmente maravilhoso, sutil e ao mesmo tempo impactante. mas não invejo a ya por esse texto, pois eu também tenho o meu, há.
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