segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Sãos e sóbrios

Éramos muitos. Éramos sempre.
Nos encontros e desencontros, nada parecia importar.
Uníamo-nos no intuito de apenas trocar idéias e idealizar o amanhã.
Amávamos a cumplicidade, e união igual jamais foi vista.
Na mesa de um bar, em uma praça qualquer, em um carro sem rumo, em qualquer lugar.
O que importava era importar-se uns com os outros.
Conosco, uma garrafa de coca-cola, um saco de amendoins.
Uma conversa em prosa e prazo desconhecido.
Presenças frequentes, seja em carne ou em palavra. O presente era a dádiva. O valor era estar.
Na chuva, no sol. A chave era selar um contrato imaginário com laços de afeto invisíveis.
E hoje, o que fica na fotografia, nada mais é que lembrança.
Hoje, o amanhã é lembrança de ontem.
Lembrança de momentos insanos, memoráveis. Sóbrios.

Saudade dos tempos que se foram, vontade dos dias que viriam.
O tempo ganho perdeu-se em seu decorrer.

Conosco, uma garrafa de cerveja e uma dose de nostalgia.

Um comentário:

  1. Gostei do ritmo, da sonoridade, da suposta simplicidade, da clareza de Clara...

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